Nossa ! Relembrar minha experiência com leitura me traz ótimas lembranças de uma pessoa que não está mais aqui entre nós :minha avó Maria.
Morei com meus avós desde que tinha 10 meses de idade .minha avó (minha mãe de coração ) era uma pessoa muito culta e uma leitora compulsiva.Cresci acompanhando minha avó nas mais diversas leituras .E isso fez que cada vez mais me interessasse em compreender aquelas letrinhas.Ela , no começo lia em voz alta para mim. Com o passar do tempo ele ia me instigando e desafiando a ler .E com isso , fui descobrindo e entendendo tudo aquilo.
Quando cheguei na 1ª série já era alfabetizada.Como foi boa essa época!Parece que ne vejo novamente naquela pequena escola , poucos alunos na sala ( todos conhecidos,cidade pequena, geralmente somos todos vizinhos ) e a minha avó lendo jornais, revistas e livros.
Se hoje sou uma professora com formação em Letras e que gosta muito de trabalhar leitura com seus alunos , devo a uma senhora de óculos de grau e cabelos brancos:vó Maria.
Gabriela Gini
Minha alfabetização foi um processo simples e muito
didático. Tive o primeiro contato com as palavras em casa mesmo, meu pai me
ensinou num primeiro momento as letras, em seguida que elas se dividiam em
vogais e consoantes.
Já na pré- escola e no início do fundamental fui aprendendo
como formar palavras através das sílabas, não posso me esquecer de que foi pela
Cartilha Caminho Suave. Para não esquecer, sempre escrevi e reescrevi as letras
e sílabas para fixar e assimilar o aprendizado. Formávamos sílabas com cada
consoante do alfabeto, sempre lendo em voz alta, e a leitura era feita pelos
"textos" da Cartilha, meu Deus não tinha conteúdo e nem sentido, era
uma "decoreba" das famílias silábicas. E as redações? Sempre com tema
livre ou minhas férias, mas o pior é que eu tinha que inventar uma aventura de
férias, pois não viajava e minhas férias eram na minha cidade, apenas brincava,
e muito, com meus amigos.
No entanto, a leitura sempre foi minha paixão. Quando
pequena gostava de ouvir as histórias que minha irmã lia e que sempre me incentivava.
Minha primeira leitura foi através de pequenos textos, que ela mesma separava e
depois me cobrava o reconto. Só tenho que agradecer a ela, pois meus pais
trabalhavam o dia todo e ela acabava sendo mãe e professora.
Ler, pra mim, é uma válvula de escape nesse mundo tão
turbulento. Ao ler dou assas a imaginação e viajo ao mundo diferente, vivo a
história, sinto as alegrias e as dores das personagens.
Adriana Martucci
É com prazer que relembro as histórias que minha bisavó
Primitiva Ramalho contava para mim quase todas as noites antes de dormir. Ela
sabia mexer com minha imaginação, contava histórias de animais, da vida na
fazenda, algumas histórias de sua própria experiência, primeiro vivendo na
Espanha e depois vindo com a família morar no Brasil e trabalhar no plantio do
café. Era mulher antiga que sabia bordar, costurar, fazia artesanatos, adorava
criar, cozinhava muito bem, e tinha prazer em contar histórias. Graças a
isso, creio, adoro inventar, criar, mesclar arte e poesia. Li muitos livros
relacionados com a vida no campo, como por exemplo "Açúcar Amargo".
Escrevo poesias, pensamentos, estão guardados. Escrevo atualmente um livro
chamado "Por amor", e é claro a história que se passa numa fazenda,
com colonos que cultivam laranja. Me inspiro em minha bisavó. Ler é encontrar
prazer nas histórias, assim como escrever, é algo que tem que fluir
naturalmente, espontâneo, livre, se me minha bisa forçasse, ela não teria me
dado "asas" aquelas asas que li num texto de Rubem Alves um dia.
Lucineya Volpato